domingo, 4 de agosto de 2019

                                                        Christino Marra da Silva ( Cristino Marra )
( filho de Francisca Marra da Siva, neto de Francisca Marra da Silva, bisneto de Martinho Marra da Silva e trineto de Jacó Marra da Silva )

 Christino Marra da Silva nasceu provavelmente em 1845, natural de Conquista, atual Itaguara MG, filho de João Luis Gonçalves e de Francisca Marra da Silva, casou-se em primeiras núpcias com Maria Cândida de São José ( filha de Antônio José Rabelo e Teodora Cândida de São José, ele era filho do Capitão Domingos Francisco Rabelo - falecido em Cláudio em 1826 - e de Maria Lopes Ribeira. Antônio José Rabelo foi batizado em 06/02/1791 e faleceu em 10/12/1872 na sua fazenda do Ribeirão do Cervo municipio de Cláudio MG, sua esposa faleceu provavelmente em 1890 ou 1891 ano do seu inventario). Christino Marra da Silva estabeleceu-se as margens do rio Pará, próximo a Carmo do Cajuru MG, num local conhecido hoje como Ferrador, município de Divinopolis MG.
Sua fazenda era enorme, margeando o rio Pará, desde o local conhecido como Ferrador até próximo
onde hoje encontra-se a represa de Cajuru.
 Supõe-se que a dita fazenda seria parte da fazenda de seu sogro. Eis os filhos deste matrimônio:
- Clementina Marra da Silva, casou-se com João Luis Gonçalves, ela faleceu em 25/05/1926.
- Cristina Marra da Silva, faleceu em 22/10/1913, solteira
- Maria Marra de São José, casou-se em primeiras núpcias com Elísio Batista Leite, ficando viúva casou-se em segundas núpcias com Israel Pardini, residia próximo a matriz em Carmo do Cajuru.
- Francisca Marra da Silva, batizada em 16/04/1876 em Carmo do Cajuru, casou-se com José Ribeiro de Oliveira em 07/11/1895, foram os pais de "Maria e do Vicente" figuras conhecidas em Carmo do Cajuru.
- Juscelino Gonçalves da Silva ( Cilico ), batizado em 02/09/1877 em Carmo do Cajuru, casou-se primeira vez com Elísia Augusta Maia em 03/12/1898, ficando viúvo, casou-se novamente com Maria Cristina Maia. Sua residência ficava próxima da matriz, próxima da linha férrea, uma das construções de Carmo do Cajuru e tinha uma pequena capela, foi demolida na década de 1950.
- José Gonçalves da Silva ( ou José Marra da Silva ), casado com Francisca Maria da Conceição.
- Belmira Marra da Silva, casada com Jerônimo José Rabelo Sobrinho.
- Adolfo Marra da Silva, 29 anos de idade em 1913.
- Maria Rita casada com Teotônio Luis Gonçalves
- Aurora, batizada em 01/12/1879 em Carmo do Cajuru.
Deduz-se que o Christino Marra era um grande frequentador do então arraial de Cajuru, com sua antiga capela de 1825. Nota-se que alguns de seus filhos tiveram o "Gonçalves" como sobrenome e não o "Marra". Sua esposa Maria Cândida foi sepultada em Carmo do Cajuru em 02/03/1886.
Estando viúvo, casou-se pela segunda vez com Auta Balbina Maia. Eis os filhos do segundo casamento:
- João Marra da Silva, batizado em 15/01/1888 em Carmo do Cajuru. Casou-se primeira vez com Teodora Cândida de Jesus, em 07/02/1910 em Cláudio, Teodora engravidou algumas vezes mas nenhum dos filhos sobreviveu. Ela faleceu e João Marra da Silva casou-se segunda vez com Clementina Elvira da Silva filha de Ladislau Batista Teles ( Lalau ) e de Elvira Rosa de Lima. João Marra era carapina, ofício aprendido com seu sogro Ladislau. Residiu no Ribeirão município de Cláudio, em Carmo do Cajuru e depois foi para São José dos Salgados, município de Carmo do Cajuru, onde foi contratado para colocar o forro na Igreja. Faleceu e foi sepultado em S.José dos Salgados em 1946, sua esposa Clementina ( Tinica ) faleceu em Perobas, atual Doresópolis, em 1949 antes de completar 40 anos de idade de graves crises asmáticas. Eis seus filhos:
* Maria Marra de Sá, casou-se primeira vez com Geraldo Gomes, ele tinha uma farmácia em São José dos Salgados, depois voltou para sua terra Perobas, atual Doresópolis onde foi assassinado por motivações politicas em 1949. Maria Marra casou-se novamente com Otávio Djalma de Sá ( Tavico ) em 04/08/1954.
* Waldemar Batista Marra ( Mário alfaiate ), casou-se com Maria Aparecida Marra
* Teresinha ( Teresa ) casada com Heli Maia
* Elvira Marra da Silva Soares, casada com Raul Soares
* Sebastião Marra da Silva ( Tão ), casado com Lúcia

- Maria Augusta de Jesus, casada com Manoel Ferreira Filho
- Aurora Maria Marra, casada com Guilherme José Rabelo
- Antônio Marra da Silva, casado com Luísa Luzia de Oliveira, teve comércio em S.José dos Salgados
- Cristino Marra da Silva, casado com Augusta filha de Manoel Ferreira Teles e Maria Teodora de Jesus.
- Augusta Marra da Silva, casada com Antônio Mateus da Silva
- Maria José Marra ( Dudé ), casada com José Pena Neto em 03/10/1914, residiram na região de Nova Lima onde sua filha Maria Pena trabalhou na área da saúde. Dudé era uma pessoa piedosa, muito religiosa e muito humilde, tinha uma voz suave, confeccionava flores de papel, nos tempos passados era comum haver bois e vacas que investiam contra as pessoas, andar e trabalhar pelo mato tambem oferecia muitos riscos devido aos animais peçonhentos, Dudé costumava ensinar esta oração:
"São Bento, água benta
Jesus Cristo no altar
baixa a cabeça bicho mal
deixa o filho de Deus passar"
. O autor deste blog chegou a conhecê-la pessoalmente. Faleceu em 1979.
- Francisco Marra da Silva, tinha 14 anos de idade em 1913, faleceu em 08/07/1924.
- Aquiles Marra da Silva ( Quilinho ), casou-se com Isabel Maria da Fonseca ( Bilinha ) em 15/05/1930, sua fazenda ficava no Cajuru Velho.
- Balbina Marra da Silva, casou-se com Josias Batista Gomes ( Jusa ) em 16/11/1925, moravam em São José dos Salgados.
- Vicente Marra da Silva, casou-se com Luzia Luísa de Oliveira em 12/06/1926
- Luis Marra da Silva, faleceu dia 08/12/1912 com apenas 3 anos de idade.
- Geraldo Marra da Silva, faleceu dia 11/12/1912 com apenas 5 anos de idade.
Estes são os filhos do Christino Marra da Silva, dos dois casamentos que teve foi pai de 23 filhos. Diziam os antigos moradores de Carmo do Cajuru que Christino Marra ainda criou filhos "adotados".
Também que suas filhas eram responsáveis pelas primeiras coroações do mês de maio, e que
possuíam uma canoa para atravessarem o rio Pará. Conta-se que cedia porcos para serem criados
a meia com outras pessoas, depois de engordado o porco, procedia-se o abate e dividia-se o porco
entre o dono do porco e com aquele que o engordou, avisaram o Christino Marra que tinha um meeiro
que estava dando-lhe prejuízo, abatendo o porco sem dividir com o Christino. Ele resolveu ir até a 
casa da dita pessoa que estava fazendo isso para esclarecer. Chegando lá conversou com a pessoa.
Christino voltou para sua fazenda, foi até o paiol e começou a carregar balaios de milho e colocar no carro de boi, colocou outros mantimentos para levar para aquela pessoa que estava dando-lhe prejuízo. Perguntado pela familia porque estava fazendo isso ele respondeu:"O "fulano" está numa situação tal que ele não pode ajudar a gente, nós é que precisamos ajudar a ele."
Christino chegou a presenciar as mudanças significativas no arraial de Cajuru, a construção da nova
matriz iniciada em 1906 e chegou a vê-la concluída em 1912. Chegou a presenciar a construção da
estrada férrea inaugurada em 1911.
Ele faleceu em 16/04/1913, conforme atestado de óbito do Cartório de Carmo do Cajuru:

"Aos desesete dias do mês de abril de mil novecentos e trese, no meu cartório compareceu Juscelino Gonçalves da Silva, declarou que hontem neste arraial de Cajurú, falleceu proveniente de Uremia convulsiva consecutiva a soffrimentos renais, classificada pelo Dr.Jose Ribeiro da Silva, o seu pai Christino Marra da Silva, com secenta e oito annos de idade, brazileiro, natural de Conquista, residente no distrito de Claudio, casado com dona Auta Balbina da Silva, fallecido neste arraial de Cajurú, onde vai ser sepultado no cimitério local. Não deixou testamento. E para constar como este termo que vai assignado pelo declarante, commigo escrivão que escrevi e assigno 
Antonio de Faria
Juscelino Gonçalves da Silva"  
Registro de Óbitos livro 01 páginas 80/81
  Dos seus numerosos filhos veio uma grande descendência na região, muitos nem sequer levam mais o sobrenome do Christino Marra e nem sabem sobre ele. Há apenas uma foto do Christino Marra da Silva, foi tirada provavelmente pelo senhor Aquiles Guimarães, então fotógrafo em Carmo do Cajuru. Nela Christino está sobre uma cama, morto. Talvez fosse o costume da época, resquíscios da influência inglesa com as fotografias post mortum. Após sua morte, a segunda metade da sua fazenda foi dividida, pois metade já havia sido dividida com a morte de sua primeira esposa. Os herdeiros, após um tempo, foram assediados pelo libanês Amim Mattar que adquiriu-a. Para alguns herdeiros foi um desastre desfazer-se da fazenda pois não investiram e perderam o meio de subsistencia que possuiam. Outros adquiriram proprieades em outros lugares. A sua viúva, dona Auta, residiu em Carmo do Cajuru e depois com sua filha Balbina em S.José dos Salgados, diziam os antigos que sempre andava com uma sombrinha aberta, fizesse sol ou chuva. Apesar de ter contribuido no povoamento da região, principalmente de Carmo do Cajuru, não foi lembrado, por exemplo, com o nome de algum logradouro. Assim é a falta de memória que aflige o Brasil...
Este é o pequeno reconhecimento que procuramos fazer a toda a família Marra, que esteve entre as primeiras a estabelecerem-se na região centro oeste de Minas. Em especial a família do Christino Marra da Silva, que pouco ou nada é conhecido na própria região, por se tratar de fatos já centenários e pela falta de memória. Quanto a família Marra há muito o que se pesquisar ainda nos cartórios e documentos de toda a região, há muito o que descobrir e elucidar, nosso blog é apenas um início.
Deixo aqui meu reconhecimento aos esforços do professor Oswaldo Diomar ( in memoriam ) que tanto amou nossa terra, e com suas pesquisas e publicações deu-lhe uma identdidade.

                                                        Christino Marra da Silva, falecido, depositado numa cama.
                                                        Única foto conhecida dele, 1913.

                                           Possível área abrangida pela fazenda do Christino Marra da Silva

                                          A casa que aparece pertencia a Maria Marra de S.José
                                          filha do Christino Marra da Silva.
                                          arquivo de Célio Cordeiro, via internet


                                                     Casa onde residiu dona Auta Balbina viúva do Christino Marra
                                                      

                                                    Maria José Marra, a Dudé, filha de Christino Marra da Silva
                                          Antônio Marra da Silva, sua esposa Luísa Luzia de Oliveira e seu filho.
                                          Ele era filho do Christino Marra da Silva Foto de 1945

                                          Aquiles Marra da Silva, filho do Christino Marra da Silva
                                          e sua esposa Bilinha.